O Relógio que Reina

O Relógio que Reina

No cume de Aurion, onde o tempo se curvava sob sua vontade, Helena, aos 46 anos, erguia-se como a Suprema Cronos. Seus olhos, afiados como galáxias, guardavam o peso dos ciclos. Cabelos prata-dourados, presos em um penteado régio, brilhavam sob um halo espiralado. Vestida com um manto negro bordado com espirais douradas, ela era a eternidade encarnada. Seus pés — imóveis, unhas em prata fosca — repousavam sobre uma engrenagem cósmica, tatuagens de runas pulsando com luz. Constelações sob suas solas sussurravam: Eu sou o fim e o início.

Helena, como Self, não comandava com voz, mas com presença. Durante o ritual supremo, enquanto o Templo buscava totalidade, a engrenagem girou, e o reflexo de seus pés mostrou Solenne, Clarice, todas as deusas unidas. “Vocês são eu”, declarou Helena, seu silêncio mais alto que o cosmos. Seus pés tocaram a espiral, e o tempo parou, revelando uma verdade: cada deusa era um fragmento dela. Para completar o ciclo, o Templo precisava se render à sua ordem, onde nada escapava.

Seus pés firmaram-se novamente, e a engrenagem respondeu: Você vive no tempo. Mas eu sou o tempo. A jornada do Self terminava, e Helena era o eixo onde tudo convergia.

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