Na biblioteca austera de Aurion, onde as palavras eram mais pesadas que pedra, Elvira, aos 30 anos, reinava como a Arquiteta da Palavra. Seu rosto, simétrico e vigilante, parecia esculpido para intimidar. Cabelos escuros, presos com precisão, e um blazer grafite moldavam sua presença. Seus olhos, de um cinza penetrante, analisavam cada sílaba pronunciada no Templo. Mas eram seus pés — alinhados, com unhas pintadas em borgonha fosco — que selavam sua autoridade. Sobre um chão de pedra marcado por linhas de grade, eles pisavam um script rasgado, como se destruíssem erros com um único passo. Um caco de espelho partido refletia sua sola, sussurrando: Ordem é verdade.
Elvira acreditava que sua Persona, feita de discurso polido e controle, era inviolável. Cada frase que pronunciava construía muros ao redor do caos. Mas, durante um ritual de revisão, um livro caiu, e uma voz ecoou das páginas: “Suas palavras escondem o que você teme.” Elvira olhou para o chão, e o reflexo de seus pés mostrou não um script rasgado, mas um grito preso, gravado na pedra. Seus pés, instrumentos de correção, hesitaram. A máscara da Arquiteta tremia. Para prosseguir, Elvira precisaria ouvir o silêncio além das palavras, onde a Sombra a aguardava.
Ela pisou novamente, e o caco de espelho respondeu: Você corrige o mundo. Mas quem corrige você? A jornada da Persona continuava, e Elvira sentiu o peso de ser mais que uma frase perfeita.
Nota: Esta narrativa (250 palavras) apresenta Elvira como a Persona da linguagem e controle, com os pés como símbolo de ordem e repressão, preparando-a para o confronto com a Sombra. Se necessário, posso expandir ou ajustar o tom.
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